Alimentação para endometriose
Postado em: 05/06/2024
Alimentação para Endometriose
Neste texto, você poderá obter importantes informações sobre a alimentação para endometriose. Sempre acrescentando os pontos chaves para a melhora dos sintomas.
Alimentação para endometriose: o que eu preciso saber?
A endometriose é uma doença inflamatória, por isso, muitos fatores podem influenciar os sintomas e a evolução da doença, como o tipo de tratamento escolhido, alimentação, stress, atividade física e o sono de qualidade.
A endometriose acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, sendo os principais sintomas:
– Cólica menstrual;
– Dor na relação sexual;
– Alterações intestinais cíclicas, como diarréia, dor ou constipação durante o período menstrual;
– Ardência para urinar durante a menstruação;
– Infertilidade, independente dos sintomas de dor;
– Desconforto abdominal.
A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial (camada que reveste a parte interna do útero) fora da cavidade uterina, como nos ovários, tubas, peritônio, ligamentos e até mesmo em importantes órgãos como bexiga, ureteres e intestino.
O estilo de vida da mulher moderna propicia o aumento do stress, falta de atividade física e uma alimentação desequilibrada. Tudo isso contribui para o desenvolvimento da endometriose.
Estes fatores associados às poucas horas de sono, altos níveis de poluentes no ar e a presença de agrotóxicos nos alimentos, leva ao enfraquecimento do sistema imunológico, um importante fator desencadeador da endometriose.
Sendo assim, a alimentação tem um papel importantíssimo na manutenção da imunidade como também no favorecimento de uma composição corpórea adequada, uma vez que o aumento de tecido adiposo produz excesso de hormônios femininos.
Sempre manter o intestino funcionando normalmente é imprescindível, uma vez que as alterações intestinais aumentam a absorção de toxinas, muitas delas inflamatórias e imunossupressoras.
Alimentação para endometriose: o que a nutrologia pode me ajudar?
A nutrologia em ginecologia vem para mostrar o poder que uma alimentação adequada, rica em vitaminas e minerais, pode ajudar a prevenir a endometriose bem como apoiar o seu tratamento, e principalmente, melhorar os sintomas.
A paciente com endometriose pode se beneficiar muito de uma alimentação adequada, aproveitando os alimentos que comprovadamente têm ação nos principais sintomas da doença, como dor, irritabilidade, fadiga, insônia, alergias e infertilidade.
Alimentação para endometriose: principais alimentos
A nutrologia ajuda os pacientes a identificarem os hábitos alimentares saudáveis que irão trazer melhor qualidade de vida, entendendo sempre as preferências alimentares de cada paciente e o que faz ela se sentir bem. Tudo isso é fundamental para que as mudanças possam ser permanentes.
As mudanças de hábitos são uma das partes mais importantes e a conscientização por parte das mulheres com endometriose, traz benefícios inquestionáveis.
A alimentação adequada deve priorizar a ingestão de frutas, legumes e hortaliças, cereais integrais, peixes e carne magra.
Lembrar sempre que diminuir o consumo dos alimentos inflamatórios é muito importante, como a farinha refinada, açúcar, carne vermelha e leite.
Sabemos que a farinha refinada e o açúcar caracterizados como alimentos inflamatórios são carboidratos e podem ser divididos em carboidratos simples e complexos.
Carboidratos simples são moléculas pequenas e rapidamente absorvidas, levando a um pico de glicemia, seguido de um pico de insulina (hormônio que regula a concentração de glicose no sangue).
Estes altos níveis de insulina sinalizam ao corpo o excesso de carboidrato na circulação, fazendo com que estes sejam armazenados na forma de gordura, o que favorece o ganho de peso.
Os carboidratos simples mais conhecidos são o açúcar, mel, farinhas brancas, pão branco, macarrão, refrigerante, geleia, balas e chocolates, arroz branco, biscoitos simples e sorvete.
Por outro lado, os carboidratos complexos são moléculas grandes e de digestão mais lenta.
Eles estão presentes em alimentos ricos em outros nutrientes e fibras, fazendo com que a digestão seja mais lenta sem picos de glicemia ou insulina e, portanto, o organismo não converte o excesso em gordura.
Os carboidratos complexos mais conhecidos estão nos alimentos integrais, como pão, arroz e macarrão. Além disso, vegetais ricos em amido como a batata-doce, o milho e a mandioca, as sementes e os cereais também são carboidratos complexos.
Sobre o consumo de gorduras e a endometriose, um estudo científico com mais de 70 mil mulheres acompanhadas por 12 anos demonstrou que as pacientes que consumiam maiores quantidade de gorduras de boa qualidade, como o ômega 3, apresentaram menor incidência de endometriose.
A alimentação rica em ômega 3, que é uma gordura de boa qualidade, diminuiu o colesterol ruim e elevou os níveis do colesterol bom. Também tem a capacidade de diminuir a incidência de doenças cardíacas e, por isso, sempre que possível precisamos aumentar a ingestão desse nutriente.
Os principais alimentos vegetais que contém ômega 3 são a linhaça e a chia. Nos alimentos com origem animal o ômega 3 (EPA E DHA) provém dos peixes, principalmente procedentes de regiões mais frias, tais como, atum, salmão, sardinha, cavala, linguado, anchova, bonito, peixe- espada, entre outros.
Em relação às fibras e a endometriose, temos importantes benefícios pois são partículas de origem vegetal, incapazes de serem digeridas pelo nosso organismo e, portanto, não são absorvidas.
Com isso, favorecem a regulação intestinal e a formação de uma flora intestinal saudável. Manter o funcionamento adequado do intestino de uma mulher com endometriose está relacionado com importante melhora nos níveis de dor.
Lembrar sempre que para obter os benefícios das fibras, é necessário consumir alimentos ricos em fibras diariamente e em todas as refeições, associado a uma ingestão adequada de água.
Sendo assim, a alimentação adequada e anti-inflamatória para as pacientes com endometriose deve estimular o aumento do consumo de produtos integrais, frutas, verduras, peixes, castanhas e azeite.
Consequentemente, reduzindo o consumo de café, álcool, carne vermelha, produtos derivados do leite, glúten, margarina, farinha branca e bebidas ricas em açúcar e carboidratos refinados.
Alimentação para endometriose: Qual a importância de vitaminas e minerais na alimentação das pacientes com endometriose?
– Vitamina A: Desempenha importante função antioxidante, atua na integridade dos tecidos, no processo de reprodução e tem importante função na imunidade participando da síntese dos linfócitos T (células de defesa do organismo). Os principais alimentos relacionados à endometriose que apresentam vitamina A são os de fonte vegetal como a cenoura, o mamão, a abóbora, a manga, o tomate e pimentão.
– Vitamina B1: Importante na transmissão de impulsos nervosos, sabe-se que doses elevadas desta vitamina podem diminuir a dor, as melhores fontes são germe de trigo, semente de girassol, amendoim torrado, feijões, ervilhas e com moderação a carne de porco magra, gema de ovo e peixes.
– Vitamina B6: Atua na resposta imunológica. Sua deficiência pode causar irritabilidade e depressão, sintomas que são algumas vezes identificados em mulheres com endometriose. Os alimentos mais recomendados são germe de trigo, cereais integrais, leguminosas, batatas, banana e aveia.
– Vitamina B12: Importante vitamina para o organismos e quando combinada com a vit. B1 e B6, apresentam ótimo efeito anti-inflamatório e analgésico. As principais fontes são alimentos protéicos como leite, ovos, peixes e queijos. Lembrar sempre de escolher laticínios com menor teor de gordura, como por exemplo queijo cottage.
– Vitamina E: Desempenha poderoso efeito antioxidante quando comparada à vit. A e aos ácidos graxos poliinsaturados, como os ác.graxos essenciais. A função antioxidante se dá pela proteção de ácidos graxos poliinsaturados essenciais (ômega 6 e ômega 3) que evitam a ação lesiva em tecidos, conhecido como estresse oxidativo. Os alimentos fontes são: óleos vegetais como soja e milho, germe de trigo, ovos, cereais integrais e sementes oleaginosas como nozes, amêndoas.
– Vitamina C: Apresenta ação antioxidante, especialmente em conjunto com a vitamina E e A. Participa do processo de cicatrização e reduz a suscetibilidade às infecções.
Combinada com bioflavonóides (substâncias antioxidantes encontradas como pigmentos de frutas, verduras e vegetais superiores), reduz a permeabilidade capilar e aumenta a resistência da microcirculação, que leva a inibição de processos inflamatórios, diminuindo a formação de prostaglandinas inflamatórias e aumentando o catabolismo de ômega 6.
São encontrados em frutas cítricas, couve, brócolis, pimentão, frutos da roseira e groselha preta.
– Vitamina D: A vitamina D pode diminuir a proliferação de fatores inflamatórios e aumentar a apoptose celular. A suplementação com vitamina D levou a mudanças significativas na dor pélvica das mulheres com endometriose.
– Zinco: Exerce funções fisiológicas específicas como crescimento e replicação celular, maturação sexual, fertilidade, reprodução, funções fagocitárias e imunitárias. Sua deficiência pode causar alterações no comportamento, diminuição da imunidade, lesões de pele e alergia cutânea. Os alimentos fontes são: frutos do mar como ostras e mariscos, carnes vermelhas, castanhas, amêndoas e amendoim.
– Selênio: Poderoso antioxidante poupador de vit. E em muitas reações metabólicas. Em conjunto com vit. A, C e E têm sido usados no tratamento da endometriose como anti-inflamatório. Suas principais fontes são: atum, sardinha, bacalhau, ostra, castanha do Pará, germe de trigo e farinha de trigo integral.
Alimentação para endometriose: Quais outras estratégias podemos utilizar para a prevenção e tratamento da endometriose?A alimentação tem grande importância para a prevenção e tratamento da endometriose e, também de outras doenças, mas devemos sempre priorizar a realização de exercícios físicos.Os exercícios físicos devem ser sempre aqueles escolhidos pelas pacientes e realizado com prazer, sendo assim podemos obter benefícios com os mecanismos anti-inflamatórios relacionados à liberação de endorfina e outros neuro-hormônios que auxiliam na diminuição da dor e do estresse da mulher.
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Referências bibliográficas:
- Experiências de saúde após alterações alimentares na endometriose: um estudo de entrevista qualitativa. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32102806;
- Endometriose, dismenorreia e dieta. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23642910;
- Estudo prospectivo avaliando o consumo de gorduras na alimentação e o risco de endometriose. https://academic.oup.com/humrep/article/25/6/1528/2915756;
- Suplementação com vitamina D ou ácidos graxos ω-3 em meninas adolescentes e mulheres jovens com endometriose (SAGE): um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo. Am J Clin Nutr 2020; 112: 229–236.