Neste texto, falarei sobre a endometriose intestinal, como diagnosticar e causas que muitas vezes podem passar despercebidas caso a paciente não realize os exames adequados.
Endometriose intestinal
Considerada o segundo tipo mais comum de endometriose, a endometriose no intestino é quando a doença atinge a camada muscular de uma alça intestinal.
A maioria das vezes a endometriose no intestino associa-se a outros focos de endometriose na pelve, principalmente as que estão atrás do colo uterino, nas regiões para cervicais e no ligamento útero sacro.
Qual o lugar mais comum da endometriose intestinal:
Em uma escala do local mais comum para o local menos comum, temos a seguinte ordem abaixo:
- Reto
- Sigmoide
- Apêndice
- Íleo
- Ceco
Quais são os sintomas da Endometriose no intestino?
Os sintomas da endometriose no intestino são:
- Diarreia ou constipação no período menstrual;
- Dor para evacuar no período menstrual;
- Sensação de evacuação incompleta.
Estes três sintomas acima estão associados a endometriose no intestino grosso, ou seja, o reto e o sigmoide.
Na maioria das vezes, a mulher com endometriose no intestino apresenta outros focos de endometriose na pelve, portanto, outros sintomas estão associados, sendo os principais:
- Cólica no período menstrual;
- Dor na relação sexual;
- Infertilidade;
- Distensão abdominal;
- Fadiga crônica.
Dessa forma, é muito importante que a paciente realize os exames adequados anualmente.
Como diagnosticar a endometriose no intestino?
A princípio, existem três tipo de de exames que podem detectar a endometriose no intestino, são eles:
- Ultrassom transvaginal com preparo intestinal;
- Ressonância magnética;
- Ecocolonoscopia.
Ultrassom transvaginal com preparo intestinal
Antes de mais nada, o ultrassom transvaginal com preparo intestinal é o exame de escolha para o diagnóstico e estadiamento da endometriose.
O ultrassom transvaginal com preparo intestinal deve ser o exame inicial na mulher com sintomas de endometriose.
Artigos científicos têm demonstrado que o exame possui uma capacidade diagnóstica (sensibilidade) entre 95-100% para mapeamento pélvico da endometriose.
Por que fazer o ultrassom transvaginal com preparo intestinal com um especialista em endometriose?
Acima de tudo, para que um exame de ultrassom transvaginal com preparo intestinal seja feito com qualidade e excelente performance para o correto diagnóstico da endometriose, temos que pontos importantes para considerar:
- Capacitação do médico;
- Protocolo de exame adequado;
- Equipamento de ultrassom de alta resolução.
- Desenho esquemático nos laudos
Ressonância magnética da pelve
Em primeiro lugar, a ressonância magnética é considerada um bom exame para o diagnosticar a endometriose profunda e lesões de endometriose intestinal.
Contudo, existe uma dificuldade da ressonância magnética para detectar a endometriose no intestino de pequenas dimensões, ou ainda, um artefato de movimento pode ser erroneamente identificado como uma lesão intestinal.
Ou seja, toda e qualquer lesão de endometriose intestinal pequena, identificada na ressonância magnética, precisa de uma confirmação por um exame de ultrassom transvaginal com preparo intestinal.
Ecocolonoscopia para endometriose
Antecipadamente, a ecocolonoscopia é um exame que utiliza ultrassom e é realizado pelo intestino. O equipamento difere do ultrassom transvaginal.
Nesse sentido, pode ser utilizada com grande acurácia para o diagnóstico da endometriose no reto e no sigmoide, porem este exame não consegue detectar todos os outros focos de endometriose na pelve, e por este motivo, não é um exame frequentemente solicitado.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre endometriose intestinal, causas e diagnóstico, agende uma consulta com Dra. Aline Borges.
Referências bibliográficas:
- Diretriz ESHRE: Manejo de Mulheres com Endometriose. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24435778/;
- Cirurgia versus terapia hormonal para endometriose profunda: é uma escolha do médico? https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27544308/;
- Acurácia da ultrassonografia transvaginal versus ressonância magnética no diagnóstico da endometriose no retossigmóide: revisão sistemática e metanálise. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30964888