Mioma uterino: Quando operar?

Postado em: 29/05/2024

Este texto visa explicar os principais tratamentos para os miomas uterinos e quando é necessário realizar uma cirurgia. Vamos explorar detalhadamente cada aspecto para proporcionar uma compreensão completa sobre o assunto.

O que é mioma uterino?

O mioma uterino, também conhecido como leiomioma, é um tumor benigno que se desenvolve a partir das células musculares lisas do útero. Embora a palavra “tumor” possa soar assustadora, é importante lembrar que os miomas são não cancerígenos e extremamente comuns.

Os miomas uterinos são, de fato, os tumores pélvicos mais frequentes. Estima-se que cerca de 70% das mulheres terão miomas até os 45 anos de idade. No entanto, a maioria destes miomas são pequenos e não causam sintomas. Porém, em alguns casos, podem provocar sintomas significativos, necessitando de intervenção médica.

A localização dos miomas no útero é um fator crucial que determina a presença e a severidade dos sintomas. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Sangramento uterino anormal: Períodos menstruais intensos ou prolongados.
  • Cólica menstrual intensa: Dores menstruais mais fortes que o normal.
  • Compressão da bexiga: Levando a um aumento da frequência urinária ou urgência.
  • Compressão intestinal: Resultando em constipação.
  • Infertilidade: Miomas podem interferir na capacidade de engravidar.
  • Complicações na gravidez: Abortamentos recorrentes, contrações prematuras, e posicionamento fetal anormal, dependendo da localização do mioma.

Fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver miomas incluem ser da raça negra e ter um índice de massa corporal elevado.

Quando operar o mioma uterino?

Miomas assintomáticos frequentemente não requerem tratamento e podem ser acompanhados periodicamente. Recomendo reavaliar esses miomas a cada 6 a 12 meses para monitorar qualquer mudança em seu tamanho ou sintomas associados. 

É importante manter um acompanhamento regular para garantir que esses miomas não se tornem problemáticos ao longo do tempo.

No entanto, miomas sintomáticos apresentam diversas opções de tratamento. Priorizar o tratamento clínico é fundamental antes de considerar a cirurgia. Os tratamentos clínicos podem incluir medicamentos para controlar os sintomas e reduzir o tamanho dos miomas, proporcionando alívio significativo sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

No caso de mulheres na pós-menopausa, a abordagem expectante é geralmente recomendada. Com a menopausa, a tendência é que os miomas diminuam de tamanho e os sintomas desapareçam, graças à redução dos níveis hormonais que alimentam o crescimento dos miomas. 

Durante essa fase, o monitoramento contínuo é essencial para garantir que os miomas não causem complicações.

Indicações para cirurgia incluem:

  • Crescimento rápido da massa pélvica: Quando o mioma cresce rapidamente, pode indicar um risco aumentado de complicações e justifica a necessidade de remoção.
  • Sangramento uterino recorrente e refratário ao tratamento clínico: Sangramentos intensos e contínuos que não respondem a tratamentos clínicos podem levar à anemia e outras complicações, tornando a cirurgia uma opção necessária.
  • Dor intensa ou persistente, ou compressão de outras estruturas como bexiga e intestino: Miomas grandes podem pressionar órgãos próximos, causando dor e disfunções. A cirurgia pode aliviar esses sintomas e melhorar a qualidade de vida.
  • Infertilidade: Miomas que interferem na fertilidade podem necessitar de remoção para aumentar as chances de concepção.
  • Abortamentos espontâneos recorrentes: Em casos de abortamentos frequentes atribuídos à presença de miomas, a cirurgia pode ser recomendada para reduzir esse risco.

Além disso, a cirurgia pode ser indicada para mulheres que não desejam mais engravidar ou preferem um tratamento definitivo. Em tais casos, a remoção dos miomas ou até mesmo do útero pode proporcionar alívio permanente dos sintomas e prevenir recorrências.

Decidir quando operar um mioma uterino é um processo que envolve uma análise cuidadosa dos sintomas, do impacto na qualidade de vida e das preferências pessoais da paciente. 

É crucial que essa decisão seja tomada em conjunto com um ginecologista especializado, garantindo que todas as opções de tratamento sejam consideradas e que a abordagem escolhida seja a mais adequada para cada caso específico.

Tipos de cirurgia de mioma uterino

Existem várias técnicas cirúrgicas para tratar os miomas uterinos, incluindo:

  • Miomectomia: Pode ser realizada por via laparoscópica e histeroscópica. As técnicas robóticas atualmente oferecem os melhores resultados. Esta cirurgia é indicada para mulheres que desejam preservar a fertilidade ou manter o útero.
  • Histerectomia: Pode ser feita por via laparoscópica, vaginal ou por laparotomia. Esta opção é muitas vezes necessária ou preferida pelas pacientes que desejam um tratamento definitivo.

Miomectomia x Histerectomia: Prós e Contras

Miomectomia:

  • Em casos de infertilidade causada apenas pelos miomas, a miomectomia tem resultados extremamente positivos, com muitas mulheres conseguindo engravidar aproximadamente 15 meses após a cirurgia.
  • Desvantagem: Pode ser mais difícil de realizar na presença de muitos miomas.

Histerectomia:

  • É um tratamento definitivo. Cerca de 25% das mulheres que realizam miomectomias acabam fazendo histerectomia entre 4 e 8 anos depois.
  • Benefícios adicionais: Reduz o risco de outras doenças, como câncer de colo uterino, câncer de endométrio, endometriose e câncer de ovário em mulheres com mutação no gene BRCA.

Miomas uterinos: Novos procedimentos

Atualmente, novos procedimentos oferecem alívio dos sintomas de miomas, incluindo:

  • Ablação por radiofrequência
  • Cirurgia com ultrassom focalizado orientada por ressonância magnética
  • Embolização das artérias uterinas

Essas técnicas minimamente invasivas são opções valiosas para quem busca alternativas à cirurgia tradicional.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre miomas uterinos e quando é necessário operar, conheça mais sobre meu trabalho e agende uma consulta.

Dra. Aline Borges
Ginecologista especializada em Reprodução Humana
CRM: 120044 / SP
RQE: 83943 – Ginecologia e Obstetrícia
RQE: 58644 – Diagnóstico por Imagem


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