Cisto no ovário: Como é o tratamento?

Postado em: 17/04/2024

O cisto no ovário é algo muito comum durante a vida das mulheres, e o tratamento irá depender do tipo de cisto apresentado pela paciente. Existem basicamente três tipos de cistos que aparecem nos ovários: fisiológicos, benignos e malignos.

Cistos Fisiológicos

Os cistos fisiológicos são comuns e aparecem principalmente durante a vida reprodutiva da paciente, ou seja, enquanto ela estiver menstruando. Dos cistos fisiológicos, os mais comuns são o cisto folicular e o cisto de corpo lúteo.

Cisto Folicular 

Primeiramente, o cisto folicular é uma pequena bola de água simples, causada por uma disfunção no processo de ovulação. Esse tipo de cisto ocorre quando o folículo, que é uma estrutura no ovário que contém o óvulo, não se rompe para liberar o óvulo durante o ciclo menstrual. 

Ele é visível como um cisto simples no ultrassom, geralmente sem complicações maiores. O cisto folicular regride espontaneamente em até 6 meses e dificilmente ultrapassa 6 cm. Normalmente, não causa nenhum sintoma e acaba desaparecendo sozinho, independentemente do uso de pílula ou qualquer hormônio. 

Pacientes que usam DIU hormonal, como o Mirena e o Kyleena, apresentam frequentemente este tipo de cisto e não devem se preocupar. Esse tipo de cisto é benigno e, na maioria das vezes, não interfere nas atividades diárias da paciente

É importante lembrar que a presença de um cisto folicular não impede a ovulação em ciclos futuros, e a mulher continua a ter ciclos menstruais normais. Se o cisto persistir ou causar desconforto, é fundamental seguir as orientações do ginecologista para o monitoramento e cuidados necessários.

Cisto de Corpo Lúteo 

A princípio, o cisto de corpo lúteo, também chamado de cisto hemorrágico, ocorre no momento da ruptura folicular para ovulação. Esse tipo de cisto se forma quando o folículo que liberou o óvulo se transforma em corpo lúteo, uma estrutura temporária no ovário que produz hormônios como progesterona. 

Quando a cápsula do folículo rompe para que o óvulo seja liberado, pode acontecer de uma artéria na cápsula também romper, resultando na formação de um cisto cujo conteúdo é sangue, daí o nome “hemorrágico”. 

Esse tipo de cisto normalmente causa dor súbita, bem localizada em um dos lados da pelve, no momento da ovulação. A dor é um sintoma comum, especialmente durante o período de ovulação, quando o cisto se desenvolve e se enche de sangue.

Quando esses cistos são de grandes dimensões, ou quando o sangue vaza para além do ovário e se espalha pelo abdome, a dor pode ser de forte intensidade, às vezes levando algumas mulheres ao pronto-socorro. 

Além da dor, algumas mulheres podem experimentar desconforto abdominal, inchaço e até sangramento vaginal irregular. A intensidade da dor pode variar de leve a severa, dependendo da quantidade de sangue liberada e do tamanho do cisto.

Embora esses cistos sejam geralmente benignos e desapareçam por conta própria, eles podem, em raros casos, causar complicações mais sérias, como torção ovariana ou hemorragia significativa, necessitando de intervenção médica imediata. 

Portanto, é fundamental que qualquer dor pélvica intensa ou persistente seja avaliada por um ginecologista para descartar complicações e determinar o melhor curso de ação.

Tratamento do Cisto de Corpo Lúteo 

Em primeiro lugar, o tratamento é feito simplesmente com remédios para o controle da dor, pois o cisto desaparece rapidamente. A cirurgia está indicada apenas quando existe uma hemorragia peritoneal, ou seja, na barriga, o que é muito raro.

Tumores Benignos

Em relação aos tumores benignos, os três cistos mais comuns são os teratomas, os cistoadenomas e os endometriomas.

Teratomas A princípio, teratomas são tumores benignos que contêm em seu interior gordura, cabelo, dente, osso, ou seja, diferentes tecidos, pois o teratoma é um tumor de células germinativas. Eles não desaparecem espontaneamente e, quando de grandes dimensões, devem ser retirados, pois aumentam a chance de torção do ovário.

Cistoadenomas Os cistoadenomas são tumores benignos que podem atingir grandes dimensões, como 10, 20, 30 cm. Quando um cisto com características benignas no exame de ultrassom não desaparece sozinho e continua crescendo, pensamos em um cistoadenoma. Nessa situação, é indicada uma cirurgia para a retirada do mesmo.

Endometriomas Os endometriomas representam a forma ovariana da endometriose. São cistos que contêm sangue em seu interior, proveniente dos focos de endometriose. Geralmente, as mulheres têm sintomas relacionados com a endometriose, e as indicações do tratamento cirúrgico envolvem as situações relacionadas com a dor da endometriose.

Tumores Malignos

Em relação aos tumores malignos de ovário, eles não são comuns. Este tipo de cisto ocorre principalmente em mulheres na menopausa. Todo cisto com características suspeitas na ultrassonografia deve ser rapidamente avaliado por um especialista o mais rápido possível.

Prevenção dos Tumores Malignos Infelizmente, não existe uma maneira efetiva de rastreamento para este tipo de tumor, mas há duas formas principais de diminuir a sua incidência. A primeira é o uso de pílula anticoncepcional, que diminui o risco de câncer de ovário, endometriose e intestino, porém aumenta o risco de câncer de mama. 

A segunda é a retirada das trompas. Cerca de 70% dos tumores malignos do ovário são provenientes de células das trompas. Em muitos países, ao invés de realizar a laqueadura, que é a ligadura das trompas, o procedimento é a salpingectomia, ou seja, a retirada das trompas. Esta é a maneira mais efetiva para diminuir a incidência do câncer de ovário.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre cistos no ovário, agende uma consulta comigo clicando aqui.

Dra. Aline Borges
Ginecologista especializada em Reprodução Humana
CRM: 120044 / SP
RQE: 83943 – Ginecologia e Obstetrícia
RQE: 58644 – Diagnóstico por Imagem


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