Endometriose intestinal: entenda causas, diagnóstico e como identificar sintomas para buscar o tratamento adequado e melhorar sua qualidade de vida.

Postado em: 20/01/2025

Endometriose intestinal: causas, diagnóstico e como identificar


A endometriose intestinal é uma forma de endometriose em que o tecido semelhante ao do endométrio (camada interna do útero) se desenvolve na parede intestinal. Embora menos comum que a endometriose pélvica, ela pode afetar significativamente a qualidade de vida, causando dores abdominais, alterações intestinais e até mesmo complicações mais sérias quando não diagnosticada e tratada adequadamente. Neste texto, você entenderá as principais causas, formas de diagnóstico e sinais de alerta para identificar a doença o quanto antes.


O que é a endometriose intestinal?


A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, podendo se alojar em diferentes órgãos pélvicos e abdominais. No caso da endometriose intestinal, o tecido endometrial se instala na parede do intestino — especialmente no reto e no cólon sigmoide, mas também pode acometer outras partes do intestino grosso ou delgado.

Esse acúmulo de tecido endometrial é estimulado pelos hormônios do ciclo menstrual, podendo provocar inflamações, aderências e alterações no funcionamento intestinal. Por se tratar de um local mais profundo, a endometriose intestinal muitas vezes é subdiagnosticada, pois seus sintomas podem ser confundidos com outras condições gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável (SII).

Causas e fatores de risco

Embora a causa exata da endometriose ainda não seja completamente elucidada pela ciência, alguns fatores estão associados ao desenvolvimento da doença:

• Fatores genéticos: mulheres com histórico familiar de endometriose têm maior probabilidade de apresentá-la, inclusive na forma intestinal.

• Alterações imunológicas: um sistema imunológico enfraquecido ou com funcionamento alterado pode permitir que o tecido endometrial se desenvolva em locais inadequados.

• Menstruação retrógrada: em alguns casos, o fluxo menstrual pode retornar pelas tubas uterinas para a cavidade pélvica, transportando células endometriais a outras regiões, incluindo o intestino.

• Influências hormonais: o estrogênio estimula o crescimento do tecido endometrial. Mulheres com maior produção ou sensibilidade ao estrogênio podem ter maior predisposição à endometriose.

Além desses fatores, a endometriose em geral pode ser influenciada pelo estilo de vida, alimentação e outras condições de saúde que ainda estão sendo estudadas pelos especialistas.

 

Principais sintomas e sinais de alerta

A endometriose intestinal pode apresentar uma variedade de sintomas, que costumam se intensificar no período menstrual. Entre os sinais mais comuns, destacam-se:

1. Dores abdominais: a dor pode variar de cólica leve a fortes dores pélvicas, muitas vezes confundida com problemas intestinais.

2. Alterações intestinais: prisão de ventre, diarreia ou alternância entre ambos são frequentes, podendo haver presença de sangue nas fezes.

3. Inchaço abdominal: distensão, especialmente durante o período menstrual, causada por inflamação local.

4. Dor ao evacuar: pode ocorrer um desconforto intenso ao ir ao banheiro, que tende a piorar na fase menstrual.

5. Dor durante as relações sexuais: quando há comprometimento de áreas próximas ao reto e ao fundo de saco vaginal.

6. Infertilidade: algumas mulheres podem não sentir dor e a única manifestação clínica é o quadro de infertilidade , que acomete 30a 50% das mulheres com endometriose.

É importante observar que esses sintomas podem se confundir com outras doenças gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal. Por isso, é fundamental buscar auxílio médico especializado para obter um diagnóstico preciso.

Diagnóstico: como identificar a endometriose intestinal

O diagnóstico da endometriose intestinal costuma envolver diferentes etapas e especialistas, como ginecologistas e coloproctologistas. Alguns dos principais métodos de avaliação incluem:


1. Avaliação clínica

O primeiro passo é uma consulta detalhada, em que o médico investiga o histórico de saúde, os sintomas e a intensidade das dores. É comum que haja perguntas sobre o padrão menstrual, o tipo de dor e a frequência de alterações intestinais.

2. Exame de imagem

o Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal: pode identificar lesões mais profundas no reto e no cólon.
o Ressonância magnética: fornece imagens de alta resolução, auxiliando na detecção de focos de endometriose em regiões mais complexas.

3. Colonoscopia

Em alguns casos, a colonoscopia pode ser recomendada para avaliar o interior do intestino grosso e identificar possíveis lesões endometrióticas, além de descartar outras doenças intestinais.

Possíveis tratamentos e cuidados

O tratamento para a endometriose intestinal varia conforme o grau de comprometimento do intestino, a intensidade dos sintomas e as condições de saúde da paciente. As abordagens mais comuns incluem:

• Tratamento clínico: uso de medicamentos hormonais, como contraceptivos orais ou análogos do GnRH, para inibir o crescimento do tecido endometrial. Analgésicos e anti-inflamatórios também podem ser indicados para controlar a dor.

Tratamento cirúrgico: em casos avançados ou quando a doença afeta a qualidade de vida de forma significativa, pode ser necessária a remoção cirúrgica das lesões endometrióticas. Em alguns cenários, partes do intestino comprometido precisam ser ressecadas.

• Suporte multidisciplinar: fisioterapia pélvica, nutricionista, psicoterapia e outras terapias complementares podem contribuir para o alívio dos sintomas, melhoria do bem-estar e manutenção de uma vida mais saudável.

• Acompanhamento contínuo: a endometriose é uma condição crônica. Portanto, o seguimento com o médico e a realização de exames periódicos ajudam a controlar a progressão da doença e ajustar o tratamento quando necessário.

 

Especialista em Endometriose

Dicas de prevenção e qualidade de vida


Embora não exista uma forma de prevenção definitiva para a endometriose, algumas práticas podem ajudar no controle dos sintomas e na promoção de bem-estar:

  • Manter uma alimentação balanceada: priorizar frutas, legumes, cereais integrais e proteínas magras pode auxiliar na redução da inflamação
  • Praticar atividades físicas regularmente: exercícios físicos ajudam a equilibrar os níveis hormonais e a melhorar a circulação pélvica.
  • Controlar o estresse: técnicas de relaxamento, meditação ou psicoterapia podem minimizar a resposta inflamatória no organismo.
  • Dormir adequadamente: uma boa qualidade de sono fortalece o sistema imunológico e regula os hormônios.
  • Consultar o ginecologista regularmente: manter as consultas em dia é fundamental para detecção precoce de possíveis alterações e acompanhamento efetivo.

Médica Especialista em Endometriose
Quando buscar ajuda médica


Se você apresenta sintomas persistentes ou intensos, especialmente relacionados ao período menstrual, não hesite em procurar ajuda especializada. A endometriose intestinal pode evoluir silenciosamente, gerando complicações sérias ao longo do tempo. Logo, quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de controlar seus sintomas e minimizar impactos na saúde.


Para mais informações sobre endometriose e outras condições ginecológicas, você pode acessar a página de Especialidades Ginecológicas no site da Dra. Aline Borges, onde encontrará conteúdos confiáveis e embasados em estudos clínicos.


Considerações Finais

A endometriose intestinal, apesar de menos comum que outras formas de endometriose, pode causar grande impacto na vida das mulheres. Conhecer os sintomas e buscar um diagnóstico preciso são etapas fundamentais para iniciar o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida. Se você desconfia da presença dessa condição ou tem dúvidas sobre sintomas relacionados, procure ajuda médica o quanto antes.


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Dra. Aline Borges
Ginecologista especialista em Reprodução Humana

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