Endometriose intestinal, diagnóstico e causas

Postado em: 01/05/2024

Considerada o segundo tipo mais comum de endometriose, a endometriose no intestino ocorre quando a doença atinge a camada muscular de uma alça intestinal.

A endometriose no intestino frequentemente está associada a outros focos de endometriose na pelve, especialmente as que estão atrás do colo uterino, nas regiões para cervicais e no ligamento útero-sacro.

Localização Comum da Endometriose Intestinal

Os locais mais comuns onde a endometriose intestinal se manifesta, em ordem decrescente de frequência, são:

  1. Reto
  2. Sigmoide
  3. Apêndice
  4. Íleo
  5. Ceco

Sintomas da Endometriose Intestinal

Os sintomas da endometriose no intestino são variados e podem incluir diarreia ou constipação durante o período menstrual, dor ao evacuar nesse período e sensação de evacuação incompleta. Esses três sintomas estão principalmente associados à endometriose no intestino grosso, como o reto e o sigmoide.

Além desses sintomas, mulheres com endometriose no intestino geralmente apresentam outros focos de endometriose na pelve, resultando em uma gama mais ampla de sintomas. Entre os adicionais, os mais comuns incluem cólica menstrual intensa, dor durante a relação sexual, infertilidade, distensão abdominal e fadiga crônica.

A cólica menstrual intensa é frequentemente debilitante e pode interferir significativamente nas atividades diárias e na qualidade de vida da mulher. A dor durante a relação sexual, conhecida como dispareunia, pode afetar a intimidade e os relacionamentos pessoais, criando um estresse emocional adicional.

A infertilidade é outra preocupação séria, uma vez que a endometriose pode causar aderências e inflamações que dificultam a concepção. A distensão abdominal pode ser desconfortável e visivelmente perturbadora, enquanto a fadiga crônica pode afetar a energia e a disposição, tornando as tarefas diárias desafiadoras.

Diagnóstico da Endometriose Intestinal

Para diagnosticar a endometriose no intestino, existem três principais exames que podem ser utilizados:

  1. Ultrassom transvaginal com preparo intestinal
  2. Ressonância magnética
  3. Ecocolonoscopia

Ultrassom Transvaginal com Preparo Intestinal

O ultrassom transvaginal com preparo intestinal é o exame de escolha para o diagnóstico e estadiamento da endometriose. Este exame deve ser o inicial para mulheres com sintomas de endometriose. 

Estudos científicos têm demonstrado que o ultrassom transvaginal com preparo intestinal possui uma sensibilidade diagnóstica entre 95-100% para o mapeamento pélvico da endometriose.

Para um exame de ultrassom transvaginal com preparo intestinal ser realizado com qualidade e precisão, é essencial que seja feito por um especialista em endometriose. 

Pontos importantes a serem considerados incluem a capacitação do médico, um protocolo de exame adequado, o uso de equipamento de ultrassom de alta resolução e a inclusão de desenhos esquemáticos nos laudos para maior clareza.

Ressonância Magnética da Pelve

A ressonância magnética é um exame altamente recomendado para diagnosticar a endometriose profunda e lesões intestinais de endometriose. No entanto, pode haver dificuldades em detectar lesões intestinais pequenas, e artefatos de movimento podem ser erroneamente identificados como lesões. 

Portanto, lesões intestinais pequenas identificadas na ressonância magnética precisam ser confirmadas por um ultrassom transvaginal com preparo intestinal.

Ecocolonoscopia para Endometriose

A ecocolonoscopia é um exame que utiliza ultrassom e é realizado através do intestino. Este exame é altamente preciso para diagnosticar a endometriose no reto e no sigmoide, mas não consegue detectar todos os outros focos de endometriose na pelve, razão pela qual não é frequentemente solicitado.

Tratamento da Endometriose Intestinal

O tratamento da endometriose no intestino deve ser decidido em conjunto pelo médico e pela paciente, levando em consideração vários aspectos importantes como a intensidade dos sintomas, desejo reprodutivo imediato e futuro, localização e grau de estadiamento da doença, além da satisfação e opinião da paciente com o tratamento escolhido.

Todas as opções de tratamento devem ser apresentadas à paciente, incluindo tratamentos hormonais, procedimentos de fertilização e tratamentos alternativos. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária, e existem três tipos principais de cirurgia que podem ser realizadas:

  1. Raspagem (shaving): Utilizada para lesões que acometem apenas a parte mais externa da musculatura do intestino, evitando a retirada de um segmento intestinal.
  2. Ressecção em disco: Indicada para lesões menores que 3 cm que acometem a musculatura e a camada submucosa do intestino.
  3. Retirada de um segmento do intestino: Necessária para lesões maiores que 3 cm que comprometem a musculatura e a camada submucosa.

Sempre que possível, a cirurgia intestinal deve priorizar técnicas menos agressivas e ser realizada por cirurgiões experientes em diferentes técnicas cirúrgicas.

Endometriose Intestinal e Infertilidade

Para mulheres com endometriose intestinal que enfrentam infertilidade, existem duas principais opções de tratamento: realizar a cirurgia e tentar engravidar espontaneamente, ou optar pelo tratamento de fertilização in vitro (FIV) sem realizar a cirurgia.

O tratamento cirúrgico da endometriose pode resolver questões relacionadas à dor e não exclui a possibilidade de gravidez espontânea, especialmente para aquelas que não desejam realizar FIV. Por outro lado, mulheres sem sintomas dolorosos podem considerar a FIV como primeira opção, já que a cirurgia pode diminuir a reserva ovariana.

Se você deseja saber mais sobre os tratamentos para endometriose intestinal, agende uma consulta comigo, Dra. Aline Borges. Estou à disposição para ajudar e orientar você no melhor caminho para sua saúde.

Dra. Aline Borges
Ginecologista especializada em Reprodução Humana
CRM: 120044 / SP
RQE: 83943 – Ginecologia e Obstetrícia
RQE: 58644 – Diagnóstico por Imagem


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