Causas do Espessamento Endometrial

Postado em: 12/04/2024

O espessamento endometrial ocorre quando a camada interna do útero, chamada endométrio, se encontra mais espessa do que o esperado para a fase do ciclo menstrual ou para mulheres na menopausa, quando a espessura é maior que 4 mm. 

Este diagnóstico é realizado através do ultrassom transvaginal, que indica que o endométrio está mais espesso que o habitual, sem especificar a causa.

Causas do Espessamento Endometrial

As causas do espessamento endometrial podem ser diversas e incluem uma série de condições e fatores que afetam a camada interna do útero. É importante entender essas causas para um diagnóstico e tratamento adequados.

Pólipo endometrial: Trata-se de um crescimento anormal de tecido endometrial que se projeta para dentro da cavidade uterina. Os pólipos endometriais podem variar em tamanho e, embora geralmente sejam benignos, podem causar sangramento anormal e precisam ser monitorados ou removidos.

Hiperplasia de endométrio: Este é o aumento do número de células endometriais, resultando em um espessamento significativo do endométrio. A hiperplasia pode ser simples ou complexa e, em alguns casos, pode progredir para câncer de endométrio se não tratada adequadamente.

Câncer de endométrio: É um tumor maligno que se desenvolve na camada interna do útero. O espessamento endometrial pode ser um dos primeiros sinais de câncer de endométrio, especialmente em mulheres na pós-menopausa. A detecção precoce é crucial para um tratamento eficaz.

Uso de tamoxifeno: O tamoxifeno é um medicamento utilizado no tratamento do câncer de mama que pode causar espessamento endometrial como efeito colateral. Mulheres que utilizam tamoxifeno precisam ser monitoradas regularmente para detectar alterações endometriais.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP): A SOP é uma condição que afeta o equilíbrio hormonal das mulheres, frequentemente levando ao espessamento endometrial. A SOP pode causar anovulação crônica, resultando em um endométrio persistentemente espesso, aumentando o risco de hiperplasia e câncer de endométrio.

Miomas submucosos: Esses são tumores benignos que crescem na camada muscular do útero e podem causar espessamento do endométrio. Os miomas submucosos podem distorcer a cavidade uterina, levando a sangramentos anormais e outros sintomas.

Adenomiose: Esta condição ocorre quando o tecido endometrial invade a musculatura do útero, causando espessamento e aumento do útero. A adenomiose pode resultar em menstruações dolorosas e intensas, bem como sangramento entre os períodos menstruais.

Além dessas causas, outras condições hormonais e inflamatórias também podem contribuir para o espessamento endometrial. É essencial que qualquer espessamento anormal do endométrio seja avaliado por um ginecologista para determinar a causa subjacente e estabelecer um plano de tratamento adequado.

Sintomas do Espessamento Endometrial

O espessamento endometrial pode se manifestar de várias formas, sendo a mais comum o aumento ou a irregularidade do sangramento uterino. Mulheres com espessamento endometrial podem apresentar sangramentos mais intensos do que o normal durante o período menstrual, bem como sangramentos intermenstruais ou pós-menopáusicos. 

Esses sangramentos anormais podem ser acompanhados de outros sintomas, como dor pélvica e desconforto abdominal.

Em alguns casos, o espessamento endometrial pode ser um achado incidental durante a realização de uma ultrassonografia transvaginal de rotina, sem que a paciente apresente quaisquer sintomas. Isso é especialmente comum em mulheres na menopausa que não têm sangramento uterino.

Independentemente da presença ou ausência de sintomas, é crucial a avaliação por um ginecologista para determinar o tipo de investigação necessária. O ginecologista poderá solicitar exames adicionais, como uma biópsia do endométrio, para identificar a causa do espessamento e decidir o tratamento mais adequado.

Além disso, pacientes com fatores de risco para condições mais graves, como câncer de endométrio, devem ser acompanhadas de perto. Esses fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar de câncer ginecológico, obesidade, uso de terapia hormonal e síndrome dos ovários policísticos. 

A identificação precoce e o tratamento adequado do espessamento endometrial são essenciais para prevenir complicações e garantir a saúde da paciente.

O que Fazer Diante de um Diagnóstico de Espessamento Endometrial?

Pacientes Menstruantes Para pacientes que menstruam regularmente e não apresentam queixas de sangramento aumentado, recomenda-se repetir o ultrassom entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual. Se as alterações não estiverem mais presentes, a paciente pode ser tranquilizada e nenhuma outra intervenção será necessária.

Para pacientes com queixa de sangramento aumentado ou irregular e espessamento endometrial, deve-se realizar uma histeroscopia diagnóstica e biópsia, se necessário, com a conduta subsequente baseada nos resultados dos exames.

Pacientes na Menopausa Para mulheres na menopausa com sangramento e espessamento endometrial (definido por espessura maior ou igual a 4 mm), é importante realizar histeroscopia com biópsia, se necessário.

Para mulheres na menopausa sem sangramento, mas com espessamento endometrial, o médico deve considerar dois fatores:

  1. A intensidade do espessamento endometrial.
  2. Os fatores de risco para câncer de endométrio.

Se o endométrio for maior que 10 mm, independentemente dos fatores de risco, deve-se realizar uma investigação. Para espessamento endometrial entre 4 e 10 mm sem sangramento, avalia-se os fatores de risco e as características do espessamento endometrial pela ultrassonografia para decidir a necessidade de investigação ou seguimento clínico.

O espessamento endometrial pode ter diversas causas e é crucial uma avaliação detalhada para determinar o melhor curso de ação. Agora que você já sabe um pouco mais sobre espessamento endometrial, agende uma consulta comigo para uma avaliação completa e personalizada.

Dra. Aline Borges
Ginecologista especializada em Reprodução Humana
CRM: 120044 / SP
RQE: 83943 – Ginecologia e Obstetrícia
RQE: 58644 – Diagnóstico por Imagem


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