Trompas Obstruídas: Conheça as Opções de Tratamento
Postado em: 13/05/2025
As trompas de Falópio — ou tubas uterinas — têm papel fundamental na fertilidade feminina, pois é nelas que ocorre o encontro entre o óvulo e o espermatozoide. Em casos de Trompas Obstruídas, a mulher pode enfrentar dificuldades para engravidar.
Felizmente, existem diversos tratamentos disponíveis, e neste texto vou explicar as causas da obstrução, os principais métodos de diagnóstico e as opções terapêuticas mais indicadas, incluindo a hidrotubação e técnicas de reprodução assistida. Continue a leitura para conferir!
O que significa ter as trompas obstruídas?
A obstrução das trompas de falópio ocorre quando há um bloqueio parcial ou total que impede o óvulo de se deslocar até o útero, ou bloqueia a passagem do espermatozoide para encontrar o óvulo.
Entre as principais causas desse bloqueio, destacam-se:
- Infecções pélvicas: doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como clamídia e gonorreia, podem provocar inflamações que resultam em aderências ou cicatrizes.
- Endometriose: o tecido endometrial fora do útero pode causar aderências que afetam as trompas.
- Cirurgias na região pélvica: procedimentos cirúrgicos anteriores podem deixar cicatrizes ou aderências que levam à obstrução.
- Doenças inflamatórias: alguns quadros inflamatórios crônicos podem afetar as tubas uterinas, dificultando a passagem do óvulo.
Em alguns casos, a mulher não apresenta sintomas claros, sendo a infertilidade o principal sinal de que algo não está funcionando como deveria.
Quais os principais exames para diagnóstico?
Para confirmar se há bloqueio ou não, alguns exames de imagem e procedimentos podem ser solicitados pelo ginecologista:
- Ultrassonografia Transvaginal com Contraste (HYCOSY): a ultrassonografia tem um papel primordial no diagnóstico das alterações nas trompas uterinas. Além de ser utilizada na investigação de outras possíveis causas de infertilidade, como cistos, miomas ou endometriose. A ultrassonografia associada ao contraste para visualização das trompas permite identificar o ponto de obstrução e presença de dilatação, chamada hidrossalpinge.
- Histerossalpingografia (HSG): é um exame de raio-X realizado com contraste que permite visualizar a cavidade uterina e as trompas. Ajuda a identificar a localização e o grau da obstrução.
- Histeroscopia: consiste na introdução de um dispositivo de vídeo pelo canal vaginal para avaliar o interior do útero. Pode investigar possíveis lesões no endométrio ou malformações uterinas que também influenciam a fertilidade.
- Laparoscopia: procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite avaliar diretamente a pelve.
Atualmente, a laparoscopia está indicada em casos de tratamento das causas de obstrução tubária, como na endometriose ou nas aderências por doenças inflamatórias.
Como as trompas obstruídas afetam a fertilidade?
As trompas têm a função de conduzir o óvulo liberado pelo ovário até o útero, além de ser o local onde geralmente acontece a fecundação.
Em casos de “Trompas Obstruídas“:
- O óvulo pode não chegar onde precisa para encontrar o espermatozoide.
- O espermatozoide pode não conseguir chegar até o óvulo.
- Há maior risco de gravidez ectópica, quando o embrião se implanta na trompa por falta de passagem.
Esses fatores comprometem significativamente as chances de uma gravidez natural, o que pode gerar frustração e ansiedade.
Quais as opções de tratamento para trompas obstruídas?
1. Hidrotubação
A hidrotubação é um procedimento em que se utiliza uma solução líquida (geralmente soro fisiológico e medicamentos específicos) para “lavar” ou “desobstruir” as trompas.
Esse método consiste na aplicação do fluido, via cervical, diretamente na cavidade uterina, com o objetivo de melhorar a permeabilidade das tubas uterinas.
A técnica pode:
- Auxiliar na remoção de muco, resíduos ou aderências menores.
- Ser indicada para casos de obstruções leves ou parciais.
- Melhorar a circulação sanguínea local, favorecendo a saúde do tecido.
É importante ressaltar que a hidrotubação deve ser indicada e realizada por um especialista em reprodução humana, pois a eficácia do procedimento varia conforme a causa e o grau de obstrução.
Para saber mais, o site da Dra. Aline Borges tem outras informações sobre este e outros procedimentos.
2. Cirurgia reparadora
Nos casos em que as trompas obstruídas têm relação com aderências extensas ou endometriose avançada, a cirurgia reparadora pode ser a melhor alternativa.
Em geral, opta-se por procedimentos minimamente invasivos, como a videolaparoscopia, para corrigir o problema.
Os objetivos incluem:
- Remover aderências que comprometem a passagem do óvulo.
- Remover os focos de endometriose que envolvem ou pressionam as trompas.
- Restaurar a anatomia o mais próximo possível do normal.
3. Técnicas de reprodução assistida
Se os tratamentos anteriores não forem efetivos ou se a obstrução for irreversível, recorre-se às técnicas de reprodução assistida. Entre elas, estão:
- Fertilização In Vitro (FIV): o óvulo é coletado, fecundado em laboratório e o embrião resultante é transferido para o útero, dispensando a passagem pelas trompas.
- Inseminação Artificial (IA): o sêmen é introduzido diretamente no útero, aproximando o espermatozoide do óvulo. No entanto, este procedimento só é possível se pelo menos uma das trompas estiverem pérvias e o fator masculino for considerado leve.
4. Uso de medicamentos e terapias complementares
Em casos de inflamações leves ou infecções, pode-se recorrer a antibióticos ou anti-inflamatórios prescritos pelo médico.
Além disso, algumas pacientes podem se beneficiar de terapias complementares, como fisioterapia pélvica e acupuntura, que auxiliam na melhora da circulação sanguínea e na redução de dores e inflamações.
Porém, essas abordagens devem ser sempre discutidas com o médico antes de qualquer iniciativa.
Quais as principais dúvidas sobre gravidez com trompas obstruídas?
É possível engravidar naturalmente com trompas obstruídas?
Tudo depende do nível de obstrução.
Em obstruções leves ou unilaterais (apenas uma trompa bloqueada), ainda existe a possibilidade de gravidez natural.
Porém, se a obstrução for completa, as chances caem drasticamente.
O tratamento é sempre cirúrgico?
Não. A depender da causa e do grau de bloqueio, a hidrotubação ou medicamentos podem resolver o problema.
A cirurgia é indicada em casos mais complexos ou quando outros métodos não surtem efeito.
Quanto tempo demora para ver os resultados?
Cada tratamento tem seu tempo de resposta.
Em média, após a hidrotubação, muitas mulheres tentam engravidar nos meses seguintes, mas isso varia conforme a idade, condições de saúde e possíveis fatores associados.
A fertilização in vitro é indicada para todos os casos?
A FIV é uma alternativa eficaz principalmente quando há danos irreversíveis nas trompas ou quando o fator masculino também está envolvido.
Entretanto, a decisão deve ser tomada em conjunto com o especialista, após avaliação completa do casal.
Como prevenir a obstrução das trompas?
Ainda que nem sempre seja possível evitar totalmente a obstrução, algumas medidas de prevenção podem ser adotadas:
- Realizar check-ups ginecológicos regulares para identificar precocemente infecções ou alterações pélvicas.
- Usar preservativo para prevenir DSTs que podem levar a inflamações das tubas uterinas.
- Fazer tratamento precoce de possíveis infecções, evitando que evoluam para quadros mais graves.
- Acompanhar casos de endometriose, para controlar o avanço da doença e minimizar a formação de aderências.
Cuidados e próximos passos
As trompas obstruídas não significam o fim do sonho de engravidar.
Com diagnóstico adequado e acompanhamento especializado, é possível identificar a causa do bloqueio e definir a melhor estratégia de tratamento.
Seja através da hidrotubação, de uma cirurgia reparadora ou das técnicas de reprodução assistida, há caminhos que aumentam de forma significativa as chances de realizar o desejo de ter um filho.
Lembre-se de que cada caso de trompas obstruídas é único e requer análise criteriosa de um profissional de confiança. A Dra. Aline Borges conta com ampla experiência em ginecologia e reprodução humana e poderá orientar sobre o tratamento mais adequado.
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Dra. Aline Borges
Ginecologista especialista em Reprodução Humana